sábado, 23 de outubro de 2010

Refúgio de quem sonha





E então resolvi dormir. Não importa quanto tempo, sem me importar com ninguém, sem me lembrar de ninguém, deles, delas e tudo mais. Dormir além do tempo, deixar de vez esta realidade e transportar minha mente para onde sequer os sábios sabem ao certo, trocá-la por um lugar onde possa ter controle de tudo e todos. Talvez me encontre onde as fendas ocultas do tempo possam me levar, diferentes dimensões em meio a realidades paralelas, com ou sem você, nós, já não importa mais.

Um lugar onde uma pequena mudança causa uma reviravolta radical no meio, uma sensação traz consigo todas as outras, uma corrente inquebrável de lapsos incoerentes de razão. Se quiser, pode me acompanhar, não garanto ser o mesmo no lugar onde pretendo ir. Lá, alfa e ômega nada significam, reviverei minha infância enquanto vasculharei a minha memória, farei o que não fiz e no final de tudo acordarei completamente só, no escuro do meu quarto.

Paro dois minutos e penso em como retornar, como fazer para retornar a comodidade de um mundo simples, porém complexo e ficticio; despeço-me de lá, já com saudades, enquanto meus olhos adaptam-se a escuridão. Tenho a certeza de que um dia hei de retornar para esta realidade onde tu me esperas, acompanhado com a incerteza de que tudo, talvez seja diferente.

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Refúgio de quem sonha de Davi Abath é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
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