terça-feira, 1 de junho de 2010

Pelo Rio




Continuação de "Pela Floresta"

Passado algum tempo, a solidão havia tornado-se algo insuportável, todo aquele silêncio que era quebrado apenas pelo barulho da água causava uma enorme tristeza. Necessitava de companhia, mas vivia no planeta da solidão, apenas tinha a si. Decidiu viajar. Logo juntou seus acessórios e invenções e caminhou pela margem do rio com esperança de encontrar um semelhante ou alguma pista sobre sua origem. Sua experiência com a verdade não provou que nenhum semelhante habitava tal ambiente.

Logo, o inverno começou, já havia se distanciado da margem do rio e seguido em frente, rumo ao horizonte sem fim; o frio tornava-se a cada dia mais insuportável, sentia sua força se esvaindo e sabia que não resistiria muito tempo. Quando encontrou as cavernas, consequentemente encontrou uma criatura semelhante presa em um bloco de gelo na entrada de tal caverna, tal criatura despertou um interesse extremo, pois tratava-se de uma criatura de sexo oposto, a última vez que tinha visto algo parecido foi quando a verdade lhe foi revelada.

Ao início da primavera, todo aquele gelo derreteu-se, e consequentemente a criatura congelada, que não respondeu a nenhum tipo de comunicação, estava morta. Pela primeira vez conheceu a morte, seu rosto não movia, tampouco seu corpo, não conseguia parar de olhar para a pálida amiga.

Resolveu voltar, mas o caminho de volta para casa já não era mais certo, ao encontrar o rio, não sabia para que lado seguir, e resolveu montar seu novo lar por ali, mais solitário do que nunca. Percebia que o ambiente ao seu redor estava mudando, haviam peixes nas águas que antes eram vazias, e animais silvestres voando em torno das árvores. Perto de seu novo lar, havia um pequeno morro, cujo do topo, dava para ter uma boa vista da região; foi naquele dia que ele a encontrou, uma moça de olhos castanhos e lisos cabelos, cuja alegria contagiava a todo ambiente.

Juntaram-se e procriaram, povoando aquele planeta antes dominado pelas trevas. Sua família também se multiplicou e logo, havia uma população, onde cada um ajudava ao outro, vivendo em harmonia com a natureza, produziam o que precisavam e não havia egoísmo ou guerra, como na sua juventude havia previsto.

continua...


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